segunda-feira, 16 de julho de 2012

Falar palavrão demais é doença?


Pode até ser. A compulsão por falar coisas obscenas é um distúrbio que, no vocabulário médico, recebe um nome que já é um palavrão: coprolalia. Quem sofre de coprolalia incorpora, no meio de frases cotidianas, palavras ou frases inconvenientes, grunhidos e gemidos com conotação sexual. Tudo isso sem preceber. O sujeito pode falar “Bom dia, seu Alfredo, como vai a ... da sua mãe?” com a maior naturalidade.
A coprolalia é um sintoma de uma doença muito embaraçosa chamada síndrome de Tourette, que afeta uma em cada 2 mil pessoas – 75% delas do sexo masculino. Além da incontinência verbal, a síndrome pode causar tiques nervosos que vão de um simples piscar dos olhos até coisas como lamber as mãos ou manipular os órgãos genitais em público.
A síndrome foi descrita pela primeira vez em 1885 pelo neurologista francês Gilles de la Tourette, que diagnosticou os sintomas em uma distinta dama da nobreza local. Atualmente, o mais célebre portador desse mal é o jogador Chris Jackson, astro da liga americana de basquete nos anos 90, pela equipe Denver Nuggets. “Não se conhece a causa exata da doença, mas sabe-se que há um componente genético na sua transmissão”, afirma o psiquiatra Almir Tavares, da UFMG. Agora, é bom lembrar que nem todo mundo que fala palavrão sofre dessa doença – na esmagadora maioria dos casos trata-se simplesmente de falta de educação.

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